Os cursos vendidos na internet, que prometem melhorar a visão por meio de exercícios oculares, podem ser baseados em conceitos e técnicas que parecem plausíveis à primeira vista.
No entanto, a eficácia desses cursos é questionável, e muitos especialistas em oftalmologia são céticos em relação a suas alegações.
Existem algumas razões pelas quais esses cursos podem não funcionar como prometido:
Causas subjacentes da má visão: A maioria dos problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, é causada por irregularidades na forma do olho, como um globo ocular alongado ou achatado ou um cristalino malformado. Essas condições estruturais não podem ser corrigidas por exercícios oculares, pois a forma do olho não pode ser alterada por meio de treinamento muscular.
Falta de evidências científicas: Embora os defensores desses cursos possam apontar alguns estudos ou relatos anedóticos que sugerem benefícios dos exercícios oculares, a maioria das pesquisas científicas não apoia a ideia de que a visão pode ser significativamente melhorada por meio dessas técnicas. Muitos estudos que avaliaram a eficácia dos exercícios oculares mostraram resultados inconclusivos ou insuficientes para apoiar suas alegações.
Efeito placebo: Algumas pessoas que experimentam exercícios oculares podem relatar melhorias na visão, mas esses resultados podem ser devido ao efeito placebo, onde uma melhora é percebida simplesmente porque a pessoa acredita que o tratamento está funcionando.
Expectativas irreais: Os cursos vendidos na internet podem fazer alegações exageradas ou promessas infundadas sobre a capacidade dos exercícios oculares de restaurar a visão perfeita ou eliminar a necessidade de óculos e lentes de contato. Essas expectativas irreais podem levar a desapontamentos e frustrações quando os resultados desejados não são alcançados.
Desvio da atenção de tratamentos eficazes: Ao confiar em exercícios oculares não comprovados para melhorar a visão, as pessoas podem se desviar de tratamentos e intervenções médicas comprovadamente eficazes, como óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa.
Dito isso, existem algumas situações em que os exercícios oculares podem ser úteis, como no tratamento de estrabismo (olhos desalinhados) ou na melhoria do foco e coordenação dos olhos em pacientes com dificuldades de convergência.
Nesses casos, os exercícios oculares devem ser prescritos e supervisionados por um oftalmologista ou ortoptista qualificado.
Em resumo, os cursos vendidos na internet que prometem melhorar a visão por meio de exercícios oculares geralmente não são eficazes porque não abordam as causas subjacentes da maioria dos problemas de visão e carecem de suporte científico sólido.
É importante consultar um oftalmologista para obter uma avaliação adequada e orientações sobre as melhores opções de tratamento para problemas de visão.
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