Avastin (bevacizumabe), Lucentis (ranibizumabe) e Eylea (aflibercepte) são medicamentos amplamente utilizados no tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) na sua forma úmida ou exsudativa. Apesar de terem mecanismos de ação semelhantes, existem diferenças importantes entre eles que podem influenciar a escolha do tratamento.
O que é a DMRI?
A DMRI é uma condição que afeta a mácula, a região central da retina responsável pela visão detalhada. Na forma úmida, ocorre o crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a mácula, levando a vazamentos de sangue ou líquido, o que pode resultar em perda progressiva da visão.
Mecanismo de ação
Todos esses medicamentos agem como inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), uma proteína que estimula o crescimento anormal de vasos sanguíneos. Ao bloquear o VEGF, esses tratamentos ajudam a reduzir a formação de novos vasos e vazamentos, estabilizando ou melhorando a visão.
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1. Avastin (Bevacizumabe)
Indicação original: Desenvolvido para tratar certos tipos de câncer, mas usado "off-label" para DMRI.
Custo: Geralmente, é mais acessível porque pode ser dividido em várias doses a partir de um frasco maior.
Eficácia: Estudos demonstram que é comparável ao Lucentis em termos de eficácia para DMRI, embora não seja especificamente aprovado para essa condição.
Frequência de aplicação: Geralmente mensal, mas depende do regime adotado.
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2. Lucentis (Ranibizumabe)
Indicação: Desenvolvido especificamente para doenças oculares como DMRI.
Custo: Mais caro que o Avastin.
Eficácia: Projetado para ser altamente eficaz com menor risco de efeitos colaterais, pois é uma molécula menor que penetra melhor na retina.
Frequência de aplicação: Mensal ou conforme necessidade (protocolo "treat-and-extend").
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3. Eylea (Aflibercepte)
Indicação: Desenvolvido para DMRI e outras condições oculares relacionadas ao VEGF.
Custo: Geralmente similar ao Lucentis.
Eficácia: Além de inibir o VEGF, também bloqueia o fator de crescimento placentário (PlGF), oferecendo um efeito terapêutico adicional.
Frequência de aplicação: Inicialmente mensal, podendo ser espaçado para intervalos maiores (a cada 8 semanas ou mais) após o controle inicial da doença.
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Principais diferenças:
Avastin (bevacizumabe), Lucentis (ranibizumabe) e Eylea (aflibercepte) são medicamentos amplamente utilizados no tratamento de doenças oftalmológicas relacionadas à retina, como degeneração macular relacionada à idade (DMRI), edema macular diabético (EMD) e oclusões venosas da retina. Apesar de compartilharem um mecanismo de ação semelhante — inibição do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) —, eles possuem diferenças importantes.
1. Composição e origem
Avastin (bevacizumabe): Anticorpo monoclonal completo inicialmente desenvolvido para tratar câncer (uso oncológico). Seu uso em oftalmologia é considerado "off-label" (fora das indicações aprovadas).
Lucentis (ranibizumabe): Fragmento de anticorpo (Fab) desenvolvido especificamente para uso ocular. É aprovado para doenças oculares.
Eylea (aflibercepte): Proteína de fusão que combina partes de receptores VEGF com uma porção de imunoglobulina, proporcionando maior afinidade e duração de ação.
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2. Mecanismo de ação
Todos inibem o VEGF, mas há diferenças:
Avastin: Inibe o VEGF-A.
Lucentis: Inibe o VEGF-A de forma mais específica, por ser projetado para uso intraocular.
Eylea: Bloqueia VEGF-A, VEGF-B e o fator placentário de crescimento (PlGF), ampliando seu escopo de ação.
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3. Indicações aprovadas
Avastin: Uso oncológico, mas é amplamente utilizado como opção de custo mais baixo em oftalmologia (uso off-label).
Lucentis e Eylea: Desenvolvidos especificamente para doenças oculares e aprovados para DMRI, EMD, oclusão venosa e outras condições relacionadas.
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4. Duração de ação e frequência de aplicação
Avastin: Geralmente aplicado mensalmente (off-label).
Lucentis: Também é aplicado mensalmente, mas alguns regimes permitem intervalos maiores após o controle da doença.
Eylea: Possui maior duração de ação, podendo ser aplicado inicialmente a cada 4-8 semanas e depois em intervalos de até 12 semanas, dependendo da resposta.
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5. Custo
Avastin: Muito mais barato, mas não é desenvolvido especificamente para uso oftalmológico, necessitando de manipulação em farmácias especializadas.
Lucentis e Eylea: Consideravelmente mais caros, mas projetados especificamente para uso intraocular, com maior controle de segurança e eficácia.
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6. Segurança
Avastin: Há preocupações com infecções (endoftalmite) devido à manipulação para fracionamento.
Lucentis e Eylea: Fabricados e embalados para uso intraocular, reduzindo os riscos associados à manipulação.
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Resumo
Avastin: Alternativa acessível, off-label, com eficácia comprovada em muitos estudos.
Lucentis: Opção específica para uso ocular, com boa segurança e eficácia.
Eylea: Opção com maior duração de ação e amplo espectro de inibição do VEGF.
A escolha do medicamento depende da condição clínica, custo, acesso e preferência do médico e do paciente.
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Escolha do tratamento
A decisão entre Avastin, Lucentis ou Eylea depende de fatores como:
Custo: O Avastin é uma opção mais econômica, especialmente em sistemas de saúde pública.
Perfil do paciente: Idade, comorbidades e risco de efeitos colaterais.
Conveniência: O Eylea pode ser preferido por oferecer aplicações menos frequentes após a fase inicial.
Consulte um oftalmologista para determinar o tratamento mais adequado ao seu caso.
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