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Foto do escritorAlexandre Netto

A Evolução da Vitrectomia: De 20G para 25G e 27G no Atendimento Oftalmológico




A vitrectomia, uma técnica cirúrgica amplamente utilizada no tratamento de doenças da retina e do vítreo, passou por significativas evoluções ao longo das últimas décadas.


Uma das mudanças mais marcantes foi a transição de sistemas de 20 gauge (20G) para sistemas menores, como o 25G e o 27G, trazendo avanços tecnológicos e benefícios clínicos.


Sistemas de 20G: O Pioneirismo


O sistema 20G, introduzido nos anos 70, revolucionou o tratamento de diversas patologias, incluindo descolamentos de retina, hemorragias vítreas e membranas epirretinianas.


Este sistema utilizava instrumentos relativamente grandes, que requeriam incisões maiores e suturas no final do procedimento.


Apesar de eficaz, apresentava desafios, como maior inflamação pós-operatória, desconforto para o paciente e tempos de recuperação prolongados.


Transição para 25G: Minimização Invasiva


Nos anos 2000, a introdução do sistema 25G marcou um passo importante para a microcirurgia oftalmológica. Este sistema utiliza instrumentos menores, que permitem incisões autosselantes, eliminando a necessidade de suturas em muitos casos. Os benefícios incluíram:


Menor trauma cirúrgico: Menor inflamação e dor no pós-operatório.


Recuperação mais rápida: Redução no tempo de reabilitação visual.


Maior conforto: Para o cirurgião e para o paciente.



Por outro lado, o 25G enfrentou limitações iniciais, como maior flexibilidade dos instrumentos, dificultando procedimentos complexos.

Com o aprimoramento das tecnologias, como materiais mais rígidos e melhores fontes de iluminação, essas dificuldades foram superadas.


A Era do 27G: Microcirurgia Avançada


O sistema 27G, introduzido mais recentemente, representa o ápice da minimização invasiva. Com diâmetros ainda menores, o 27G é ideal para procedimentos delicados, como remoção de membranas finas e cirurgias em olhos com anatomia comprometida. Entre os benefícios destacam-se:


Redução ainda maior do trauma cirúrgico: Ideal para pacientes com maior fragilidade ocular.


Precisão aprimorada: Instrumentos finos permitem maior controle em cirurgias detalhadas.


Pós-operatório otimizado: Menor inflamação e tempos de recuperação ainda mais curtos.



No entanto, o sistema 27G não é adequado para todas as condições, especialmente aquelas que demandam remoção rápida de grandes volumes vítreos, devido à menor eficiência de corte e aspiração em comparação com calibres maiores.


Impacto na Prática Oftalmológica


A evolução para calibres menores trouxe transformações significativas no atendimento oftalmológico, permitindo intervenções mais seguras e confortáveis para o paciente. Além disso, a maior disponibilidade de tecnologias modernas democratizou o acesso a essas inovações em centros de saúde de diferentes níveis.


Conclusão


A transição da vitrectomia de 20G para 25G e 27G reflete o compromisso da oftalmologia em melhorar continuamente os resultados clínicos e a experiência dos pacientes.


Embora cada sistema tenha suas indicações específicas, o foco em técnicas minimamente invasivas e em equipamentos de alta tecnologia consolidou a vitrectomia como um dos procedimentos mais avançados da cirurgia ocular moderna.

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